segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Escritura de Vila do Conde – ano de 953

Kartula de villa comitis. In ripa maris.

In nomine domini.
Ego flamula prolis pelagius et iberia. Vobis gonta abba et fratres et sorores habitantes cenobio vimaranes in domino salutem amen.
Annuit namque serenitatis meae asto animo et propria mea voluntate ut facerem uobis sicut ef facio textum scripture uenditionis et firmitatis. De villas nostras proprias que habemus in ripa maris prope riuulo Aue subtus montis Tirroso. Idest villa de comite quomodo diuidet cum villa fromarici. et cum villa euracini. et inde per aqua maris usque. in suos terminos antiquos ab integro. uobis concedimus cum suas salinas. et cum suas piscarias. et ecclesia que est fundata in castro uocitato sancto iohanne per suos terminos ab integro. uobis illa concedimus cum omni sua prestancia quicquid in se obtinet.
Et concedimus uobis alia villa uocitata quintanella ab integro. per suos terminos quomodo diuidet cum villa fromarici. et villa tauquinia. et perge ad archa de peori et divide cum villa argevadi. et cum villa anserici. et inde per cararia maurisca. et inde ad archa qui sta super ipsa villa. et inde in aula maris et torna ad termino de fromarici ubi prius incoabimus. pomares. ficares. aquas cursiles. uel incursiles. et omnis sua prestancia quicquid in se obtinet ab integro. uobis concedimus cum cunctis prestationibus suis secundum eas obtinuerunt genitores nostri Pelagius e Iberia. sic et nostra criacione uobis damus in ipsas villas et ut eis benefaciatis. Id sunt filios de baltario. et de trasilli. et filios de gresulfo. et de genilli ac de gondulfo.
Ac accepimus de uos duas mulas placibiles. una saia de fanzanzal. cum sua uatanna tiraz. manto azingiaue cum suo panno fazanzale. uno uaso imaginato et exaurato. duas pelles anninias. fiunt sub uno mille solidos. ipsum nobis bene complacuit.
Ita ut de hodie die et in omni tempore sit omnia de iuri nostro abraso ab integro. et ad parte monasterii vimaranes sit traditum atque confirmatum perhenniter deserviendum. Si quis tamen quod fieri non credimus aliquis homo contra hunc factum nostrum ad irrunpendum veniret. que nos in iudicio deuindicare non potuerimus aut uos in uoci nostre quomodo duplemus uobis ipsas villas. et ad parte iudicis terre auri duo talentum. et hoc factum nostrum in cunctis obtineat firmitatis roborem.
Notum VII kalendas aprilis. Era DCCCCLXXXXI. Flamula deo vota in hanc cartulam uenditionis et firmitatis a me facta manu mea rouoro.
Aloitus cellonovensis manu mea confirmo
Amarildus manuldi manu mea confirmo
Iafar sarrazinis manu mea confirmo
Palatinus armentari presbiter confirmo
Arias diaconi manu mea confirmo
Affonso testis. Menno testis.
Zonio testis. Vermudo testis. Zidi guntemeriz testis. Quiriaco testis. Jovino testis. Guntemiro terstis.

Hoduarius aloitiz manu mea confirmo
Aldereto seniorinis manu mea confirmo
Lucidus confratris manu mea confirmo
Pelagiusavianiz manu mea confirmo
Eidinus presbiter manu mea confirmo
Gundesindus zanonit manu mea confirmo
Froila christinit manu mea confirmo
Gundemiro manu mea confirmo
Clerigus astrulfis manu mea confirmo

Flamula

Tradução

Em nome do Senhor, ámen.
Eu, Châmoa, filha de Paio e Ibéria, saúdo-vos a vós, abade Gonta e Irmãos e Irmãs que habitais no Mosteiro de Guimarães. Ámen.
Decidi, na serenidade da minha consciência e de minha própria vontade, fazer-vos, como faço, uma escritura de venda e segurança das nossas vilas que possuímos à beira-mar, junto ao rio Ave, sob o monte de Terroso. Isto é, Vila do Conde, como confronta com a Vila de Formariz e com a Vila de Varzim, e daí pela água do mar, segundo os seus limites antigos, e inteira. Concedemo-vo-la com as suas salinas e com os seus pesqueiros. E a igreja que se encontra no castro chamado S. João, pelos seus termos e inteira, concedemo-vo-la com todos os pertences que possui.
E concedemo-vos outra vila, chamada Quintanela, inteira, pelos seus limites, como confronta com a vila de Formariz e com a vila de Touguinha; e continua até aos marcos de Pior, e confronta com a vila de Argivai e com a vila de Anseriz, e daí pela estrada mourisca; e daí, até ao marco que está acima da mesma vila; e daí, à beira-mar, volta ao limite de Formariz, onde antes começámos. Concedemo-vos os pomares, os figueirais, as águas correntes e paradas e tudo quanto em si possui, inteiramente, como a possuíram os nossos pais Paio e Ibéria e a nossa criação. Damo-vo-lo nessas vilas para que cuideis dele. Estão aí os filhos de Balteiro e de Trasilho, e os filhos de Gresulfo, e de Genilho e de Gondulfo.
E recebemos de vós duas mulas mansas, uma saia de fansansal com sua badana tiraz, um manto de pele de esquilo com o seu pano fansansal, um vaso com imagens e dourado, duas peles de jumento. Totaliza mil soldos. Isso nos satisfaz.
Que de hoje para todo o sempre seja tudo isto retirado da nossa posse e entregue à parte do Mosteiro de Guimarães, e confirmado para seu constante serviço.
Se, todavia, o que cremos que não acontecerá, alguém vier contra este nosso contrato, para o desfazer, não poderemos justificá-lo em juízo, ou nós contra vós, dobraremos essas vilas e mais dois talentos de ouro para o juiz da terra. E que em tudo este nosso acto obtenha garantia de segurança.
26 de Março de 953.
Eu, Châmoa Deovota, confirmo com a minha mão nesta escritura de venda e segurança feita por mim.

Hodoário Aloites, confirmo com minha mão.
Aldereto Senhorins, confirmo com minha mão.
Irmão Lúcido, confirmo com minha mão.
Paio Arianes, confirmo com minha mão.
Padre Eidino, confirmo com minha mão.
Gundesindo Sanões, confirmo com minha mão.
Froila Cristins, confirmo com minha mão.
Gundemiro, confirmo com minha mão.

Aloito Celonovense, confirmo com minha mão.
Amareldo Manuldes, confirmo com minha mão.
Jafar Sarracins, confirmo com minha mão.
Palatino Armentares, confirmo com minha mão.
Árias Diácones, confirmo com minha mão.
Afonso, testemunha. Meno, testemunha.
Sónio, testemunha. Vermudes, testemunha. Cides Guntemires, testemunha. Quiríaco, testemunha. Jovino, testemunha. Guntemiro, testemunha.

Châmoa

Sem comentários:

Enviar um comentário